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15 Maio
5 min de leitura

Como as empresas estão lucrando com a reciclagem de resíduos eletrônicos?

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Algumas empresas estão lucrando com a reciclagem de resíduos eletrônicos, destinando corretamente os resíduos se tornam obsoletos ou apresentam defeitos. Saiba mais!
VG resíduos: reciclagem de resíduos eletrônicos

Você sabia que algumas empresas estão lucrando com a reciclagem de resíduos eletrônicos? Pois saiba que é possível, não só destinar corretamente os resíduos se tornam obsoletos ou apresentam defeitos, como também reaproveitá-los e ter renda com eles.

Impossível pensar a vida moderna sem aparelhos eletroeletrônicos como televisores, tablets, notebooks e smartphones. Prova disso é que, no ano passado, a venda de aparelhos celulares no Brasil subiu 97%.  Mas aquilo que é uma solução para facilitar diversas rotinas ou receber, armazenar e comunicar informações por via eletrônica, pode virar um transtorno e um grande problema ambiental.

A reciclagem de plásticos, vidro, alumínio e eletroeletrônicos tem sido fonte de renda de muitas empresas. Vamos saber mais a respeito?

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Conheça os resíduos dos aparelhos eletrônicos

Os resíduos eletrônicos são provenientes dos equipamentos eletroeletrônicos. São aqueles cujo funcionamento depende do uso de corrente elétrica ou de campos eletromagnéticos.  Há quatro grandes grupos de aparelhos eletroeletrônicos:

  • linha branca: refrigeradores e congeladores, fogões, lavadoras de roupa e louça, secadoras, condicionadores de ar;
  • linha marrom: monitores e televisores de tubo, plasma, LCD e LED, aparelhos de DVD e VHS, equipamentos de áudio, filmadoras;
  • linha azul: batedeiras, liquidificadores, ferros elétricos, furadeiras, secadores de cabelo, espremedores de frutas, aspiradores de pó, cafeteiras;
  • linha verde: computadores desktop e laptops, acessórios de informática, tablets e telefones celulares.
VG Resíduos: Plano de Gerenciamento de Resíduos sólidos

Cuide para o descarte não ser perigoso para a saúde

VG resíduos: reciclagem de resíduos eletrônicos

Os descartes dos equipamentos eletroeletrônicos, quando esses perdem a vida útil, são chamados de Resíduos de Equipamentos Eletroeletrônicos (REEE) ou simplesmente resíduos eletrônicos.  São compostos por plásticos, vidro, alumínio, cobre e metais pesados como mercúrio, cádmio, berílio e chumbo.

O lixo eletrônico pode ter mais de 20 tipos de componentes  prejudiciais à saúde e ao meio ambiente. Por isso, é necessária uma gestão de resíduos adequada. Assim, não só se dá um destino correto a esses equipamentos, mas também se evita um impacto ambiental.

E porque os resíduos eletrônicos podem ser perigosos? Se computadores, televisões, celulares estiverem vedados não existe problema. Eles apresentam riscos quando têm seus componentes violados e manipulados de forma incorreta. Nessas situações existe, inclusive, o risco de ocorrer descargas elétricas.

Cuidado com os elementos poluentes

VG resíduos: reciclagem de resíduos eletrônicos

Os riscos à saúde e ao meio ambiente vêm da composição do lixo eletrônico. Por serem formados por elementos muito poluentes, os resíduos eletrônicos podem ser absorvidos pelo solo e pelos lençóis freáticos comprometendo o equilíbrio ecológico. Trazem danos, ainda, para animais e seres humanos.

Segundo levantamento do Centro de Descarte e Reuso de Resíduos de Informática (CEDIR), da Universidade de São Paulo (USP), alguns resíduos apresentam elementos perigosos para a saúde:

  • chumbo: utilizado em computadores, celular e televisão, pode causar danos ao sistema nervoso e sanguíneo;
  • mercúrio: utilizado em computador, monitor e TV tela plana, pode causar danos cerebrais e ao fígado;
  • cádmio: utilizado em computador e bateria de laptops, pode causar danos aos ossos, rins e pulmões;
  • arsênio: utilizado em celular, pode causar doenças de pele, prejudica o sistema nervoso e pode causar câncer no pulmão;
  • berílio: utilizado em computador e celular, pode causar câncer no pulmão.

Saiba mais: Reutilização de embalagens: o que sua empresa ganha com isso?

Faça a reciclagem de resíduos eletrônicos

VG resíduos: reciclagem de resíduos eletrônicos

Política Nacional de Resíduos Sólidos determina que os resíduos eletrônicos sejam descartados de maneira correta ou reciclados, envolvendo fabricantes, importadores e comerciantes de produtos eletroeletrônicos.

Mas as determinações não param por aí, as empresas que geram os REEE são obrigadas a usar a Logística Reversa. O fundamento desse processo é que as organizações são obrigadas a estruturar um sistema de logística que faça os produtos retornarem à sua origem, depois de usados pelo consumidor. Normalmente, esse processo é feito a partir da coleta dos produtos inutilizáveis por parte da empresa que os fabricou.

Para reunir os resíduos dos aparelhos eletrônicos descartados, as empresas também precisam manter Pontos de Entrega Voluntária (PEVs), onde o consumidor possa depositar os materiais.  A cooperação entre diversos agentes – fabricantes, comerciantes, poder público e compradores – é uma das chaves para o sucesso da Logística Reversa.

Depois de recolhidos, os resíduos eletrônicos devem ser descartados em locais autorizados ou serem enviados para cooperativas ou centrais de recebimento preparadas para fazer sua coleta e manipulação.

Materiais como plásticos, vidros e metais podem ser recuperados e retornados como matéria-prima para a indústria de transformação. Já as substâncias tóxicas como chumbo, cádmio, mercúrio e berílio devem ter tratamento especial pelo seu potencial danoso.

Saiba algumas formas de tratar resíduos eletrônicos

VG resíduos: reciclagem de resíduos eletrônicos

Há diferentes formas de tratamento dos resíduos eletrônicos, seguindo a legislação ambiental. Entre elas:

  • separação do material e envio dos resíduos perigosos para refinarias fora do Brasil: os metais provenientes das placas do circuito interno têm maior valor agregado e mais importância para a empresa;
  • revitalização e atualização tecnológica de servidores, microcomputadores, notebooks, monitores, impressoras, voltando-os para o mercado com garantia de no mínimo um ano. É feita a separação dos materiais;
  • plásticos podem ser destinados a empresas recicladoras, os tubos dos monitores são cortados em via úmida e geram óxidos metálicos, as placas passam por moagem e separação química. Em seguida, banho e separação interna para retirar os metais que estão agregados na matéria-prima. Todo o processo é químico. Após o reprocessamento dos resíduos tecnológicos, são obtidos sais e óxidos metálicos úteis nas indústrias de colorifícios, cerâmicas, refratárias e indústrias químicas;
  • separação de sucata eletrônica, moagem e exportação para usina fora do Brasil, onde ocorre a desintoxicação (processo de elevação de temperatura em câmara selada a 1200C° e resfriamento em quatro segundos para 700C°), filtragem de dioxinas, liquidificação, separação por densidade, separação por eletrólise, decantação, refinagem, solidificação em barras.

Lucre com o lixo eletrônico

Como se vê é possível dar um destino correto ao lixo eletrônico, quando se entende o potencial de transformação desses resíduos. Descartes que poderiam poluir o meio ambiente e adoecer pessoas, por serem tóxicas, viram faturamento.

E os lucros vêm dos processos de exportar, revitalizar e reciclar os REEE, o que significa, por exemplo, gastar menos matéria-prima e insumos. Representa, também, ganho de imagem para a empresa que adota uma postura sustentável e ecologicamente responsável. Organizações que transformam o lixo eletrônico estão, ainda, poupando os aterros sanitários e contribuindo para a redução da poluição ambiental.

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